Teoria das Bandeiras: Você sabe o que é Internacionalização?

Imagine acordar um dia sabendo que você terá que abandonar o seu país e todos os seus bens conquistados durante uma vida inteira de trabalho duro? Foi o que aconteceu com milhares de ucranianos, obrigados a recomeçar em outro país por não ter outra escolha. Trazendo mais para perto de nós, durante o governo Collor muitos brasileiros tiveram o dinheiro de sua poupança confiscado, perdendo anos de investimento.

São poucas as pessoas que acreditam que algo tão drástico possa acontecer de uma hora para outra em suas vidas, mas todo investidor experiente sabe que é muito arriscado colocar todos os seus ovos em uma única cesta, ou seja, a estratégia mais inteligente é diversificar.

Muito além do que apenas diversificar os seus investimentos dentro do seu próprio país em fundos de renda fixa, imóveis, ações etc., a internacionalização proporciona mais liberdade e segurança para a sua vida como um todo, sem estar preso às determinações e regras do país onde vive. Existe uma grande oportunidade de escolher países para morar, fazer negócios, comprar, que ofertam maior estabilidade econômica, não têm conflitos políticos e sociais, concedam maior privacidade, melhores serviços e qualidade de vida; e para aproveitá-la da melhor forma será necessário entender o conceito da Teoria das Bandeiras.

Esse é um método muitos simples de internacionalização que consiste em “plantar” bandeiras ao redor do mundo para diversificar a sua vida e ter opções que te atendam melhor. As “bandeiras” seriam os países que te oferecem os serviços e cobrem suas necessidades e desejos. Aqui é preciso deixar de lado o patriotismo e enxergar os países como empresas com grandes vantagens a oferecer. Além disso, é uma maneira de tirar o controle que o seu governo tem sobre a sua renda e sobre você.

Fazendo uma analogia simples, quando pequenos temos muitos desejos, mas nem sempre os nossos pais estão dispostos a ceder — esse seria o nosso país de origem, para o qual temos que pedir permissão para tudo. Então decidimos recorrer aos nossos avós, vai que eles dizem “sim”? Mesmo assim, se ainda não conseguirmos, buscamos aquele nosso tio que faz todas as nossas vontades, até finalmente conseguirmos o que queremos. Ter mais opções a quem recorrer (outros países) proporciona mais liberdade para a nossa vida.

A ORIGEM DA TEORIA DAS BANDEIRAS

Talvez seja a primeira vez que você se depara com esse assunto, porém, a origem da Teoria das Bandeiras se dá na década de 1960, muito antes do mundo ser tão globalizado e possibilitar inúmeras oportunidades graças às novas tecnologias. Para Harry D. Shultz, um consultor de investimentos americano, quem quisesse proteger os seus bens e ter mais segurança, precisaria distribuir a sua riqueza em três tipos de bandeiras:

  1. Tenha um segundo passaporte: Ou seja, conquiste uma segunda cidadania como plano de emergência (backup), de preferência em um lugar cuja sua renda estrangeira não seja tributada.
  2. Negócios Offshore: Tenha uma empresa/negócio no exterior com o objetivo de reduzir taxas, principalmente em países que ofertem segurança e estabilidade.
  3. Playgrounds: Descubra lugares onde você pode fazer compras, se divertir, passar as férias, ou simplesmente viver, sem ser tributado ou pagando muito menos do que no seu país de origem.

Depois de Shultz, entre os anos 80 e 90, a Teoria das Bandeiras foi atualizada por W.G. Hill, também ganhando duas novas estratégias de diversificação. Apesar de o objetivo de nenhum dos dois precursores ser o de criar alternativas para “esconder” riquezas ou para “fugir” da contribuição, ou seja, sonegar impostos, muitas pessoas utilizaram esses conceitos exatamente para esse fim.

Mas, com o passar dos anos, algumas das estratégias criadas foram ficando cada vez mais difíceis de serem implementadas à medida que os governos começaram a compartilhar informações e o mundo se tornou mais transparente, principalmente agora com o ESG, em que as empresas/negócios precisam se preocupar com o pilar de Governança, pautado em questões de Compliance, para conquistarem maior valor de mercado.

Atualmente, pensando em todo o contexto de globalização, transparência e tecnologia, podemos afirmar que temos pelo menos dez bandeiras. Vejamos:

1. Já pensou em ter duas cidadanias?

Um dos objetivos da internacionalização é ter liberdade e escolher o lugar em que você é tratado melhor em relação aos vários aspectos da sua vida, correto? Por exemplo, escolher pagar 10% de imposto na sua segunda cidadania, ao invés de pagar os 40% do seu país de origem.

Sim, isso é possível. No mundo só existem três tipos de impostos que os governos podem impor aos seus cidadãos, são eles: tributação baseada na residência, que nada mais é do que pagar impostos onde você mora (existem algumas regras para definição de residência); tributação territorial, significa não ser tributado por uma renda proveniente de outro país no local onde você reside, ou seja, se você tem um imóvel alugado em outro país e mora no Brasil, você não pagará imposto aqui sobre essa renda no exterior; e tributação baseada na nacionalidade, em que independentemente do lugar do mundo onde o cidadão more, ele continuará a pagar impostos no seu país, felizmente isso só ocorre nos EUA e na desconhecida Eritréia, ou seja, se um americano não quiser pagar imposto no seu país morando no Panamá, ele terá que abdicar da sua nacionalidade.

Apesar dos vários benefícios, é preciso lembrar que com toda cidadania, além dos direitos, você deverá arcar com as responsabilidades de cada país, então leve em conta essa informação. 

Outro ponto muito importante é escolher o outro país de forma estratégica e com sabedoria, para tirar mais vantagens. Leve em consideração países com uma economia estável, seguro, que seja neutro com relação a conflitos internacionais e que, além de tudo, lhe permita entrar em vários outros países de forma mais simplificada, sem a necessidade de visto. Um dos melhores passaportes são os de países da União Europeia, que pode ser conquistado por ascendência ou através de investimentos.

2. Abra a sua empresa no exterior

No Brasil sabemos como é burocrático abrir e até encerrar as atividades de um negócio, além disso, outro fator oneroso para o empresário brasileiro é pagar os altos impostos do país. Mas e se você pudesse escolher quanto de imposto vai pagar para manter a sua empresa? É disso que se trata a segunda bandeira da teoria. 

A segunda estratégia se trata de colocar os seus negócios em paraísos fiscais estáveis, mas não entenda por “paraíso fiscal” como algo ilegal. Um exemplo na prática seria abrir uma empresa no Panamá que venda apenas para o mercado externo, você não será tributado dentro do Panamá, já que o país aplica a tributação territorial.

3. Playgroud

Agora que você já achou o país perfeito para morar e pagar menos imposto de renda, montou o seu negócio em um paraíso fiscal estável, cuidado para não acabar pagando altas taxas no seu dia a dia, apenas vivendo, se divertindo e fazendo compras no país escolhido.

Todos os países têm características que cabem melhor em cada uma das bandeiras, portanto, a estratégia da terceira é encontrar um país para viver que tenha impostos sobre vendas (IVAs) e serviços mais baixos, ou viva como um perpetual traveler (viajante permanente), ficando apenas alguns meses em vários países, e pague apenas o sales tax sobre as suas comprasnão se tornando pagador de impostos em nenhum.

4. Residência fiscal e legal

Acima abordamos os tipos de tributação usados no mundo, para essa bandeira o sistema indicado é o de tributação territorial, ou seja, escolha um país para morar legalmente, onde você tenha todos os direitos de um cidadão comum, podendo usufruir dos benefícios oferecidos pelo governo, porém que não tribute a sua renda vinda do exterior.

5. Investimentos (patrimônio)

Quando falamos de investimentos, um dos princípios básicos é a diversificação. E é disso que se trata a teoria das bandeiras afinal: more em um país, abra seu negócio em outro, faça compras e se divirta em outro, tenha investimentos em outros.

O país que você vai escolher para guardar o seu dinheiro e investimentos deve ter alta qualidade no que se refere à privacidade, estabilidade, profissionalismo e comunicações, deve ter um sistema judicial eficiente, boas taxas de juros e condições bancárias estáveis.

Alguns países que preenchem esses requisitos são: Singapura, Suíça, Áustria, alguns países do Caribe e Liechtenstein. 

Você pode ter investimentos e contas bancárias nesses países e investir em imóveis em outros países, como nos EUA, Uruguai e Panamá.

6. Privacidade e liberdade digital

Se você tem um negócio online, vende cursos, presta consultoria, entre outros, você pode hospedar o seu site e armazenar dados confidenciais da sua empresa e dos seus clientes em locais mais seguros, que garantam maior privacidade. OUm dos países mais indicados nesse sentido ésão  a Islândia e a Holanda.

7. Vida social e pessoal

Você plantou suas bandeiras em vários lugares pelo mundo, mas qual é o lugar em que você se sente mais acolhido, que pode rever pessoas das quais você sente mais saudade? Se você mora fora do Brasil, talvez seja voltar para a sua cidade natal para rever a sua família. Saiba que você pode passar um tempo no seu país sem precisar ter uma conta bancária lá, sem ter uma carteira de motorista, sem pagar impostos, entre outras coisas, somente aproveitando esse momento de qualidade sem estar vinculado às regras do país.

8. Conta bancária

Abrir uma conta bancária fora de seu país pode ser uma das primeiras bandeiras a conquistar, pois não se trata de algo muito complicado, basta saber qual governo proporciona maior estabilidade, que tenha um sistema bancário seguro e boas taxas de juros.

Os bancos de Singapura, por exemplo, são muito mais seguros do que o dos EUA. Além disso, você pode ter 25 tipos de moedas em uma única conta.

9. Saúde

Através de um seguro médico internacional você pode ter acesso aos melhores tratamentos de saúde em qualquer lugar do mundo. O Brasil, por exemplo, é um país muito procurado para a realização de cirurgias plásticas e tratamento dentário. Alguns tratamentos médicos pioneiros para doenças graves não são realizados em nosso país, fazendo com que sejamos obrigados a viajar, com a esperança de encontrar a cura.

10. Criptoativos

Tecnologia blockchain, criptomoeda, bitcoin, todos esses termos, muito conhecidos atualmente, fazem parte do mundo dos criptoativos, que nada mais são do que uma representação digital de valores transacionados pelo meio virtual, ou seja, de todas as bandeiras mencionadas até o momento, essa é a única que não está relacionada a nenhum país, porém há muitos países que não regulamentaram ainda esses ativos e há outros, como Portugal, que não cobram Lucro sobre Capital quando você vende suas Bitcoins. Se você é um investidor em cripto, vale a pena pensar nesses países.

INTERNACIONALIZAÇÃO NA PRÁTICA

Mas como aplicar a Teoria das Bandeiras e internacionalizar os meus investimentos na prática? O primeiro passo é estar aberto para uma mudança de mindset e entender que esse tipo de investimento pode ser para você também. O segundo passo é montar uma estratégia estruturada que atenda aos seus objetivos e esteja dentro das jurisdições de cada país. E nós do Brasileiro Sem Fronteiras podemos ajudar você através da nossa consultoria especializada em internacionalização, proteção patrimonial e investimentos no exterior, com estratégias financeiras, tributárias, imigratória geográficas para brasileiros, empreendedores, investidores e nômades digitais que procuram reduzir as suas cobranças de impostos, diversificar e proteger seus patrimônios no exterior. Seja um cidadão global! Agende já a sua consulta no botão abaixo.

Um Abraço

Carlos Schröer – Brasileiro Sem Fronteiras

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